quarta-feira, 25 de julho de 2012

MULHERES NAS MÃOS DE DEUS. O que Deus faz com vasilhas vazias? A viúva de Sarepta I Reis 17.8-16;



 INTRODUÇÃO.

  Elias depois de ter profetizado acerca da falta de chuva que haveria de vir sobre a terra. Deus manda que ele vá se esconder na torrente de Querite. Elias vai e passa aproximadamente um ano naquele lugar. Quando a torrente secou Deus mandou Elias ir para Sarepta. Dada a ordem creio que o profeta a recebeu com certo espanto, pois ele devia dirigir na direção norte, até a cidade fenícia de Sarepta, uma cidade gentia e não muito longe de Sidom, a cidade natal de Jezabel, enfim ele estava indo para bem próximo do seu inimigo.
   A primeira ordem de Deus é de que ele devia se esconder do inimigo.
   A segunda ordem é de que ele devia ir para perto do inimigo.
   A terceira ordem é de que ele devia enfrentar o inimigo.
   Em todas as ordens dadas por Deus a Elias, ele cresceu em termos de aprendizado. Conosco Deus não faz diferente. 
   A instrução que Elias recebeu era a de morar com uma viúva que Ele (Deus) havia escolhido para cuidar dele.
  Elias estava saindo de um lugar que aos olhos humanos era impossível sobreviver, mas nesse lugar ele recebeu a assistência dos corvos, no entanto estava longe dos inimigos. Agora está sendo mandado para uma cidade próxima dos inimigos a ser sustentado por uma viúva, que situação difícil! Mas em todos os lugares Elias aprendeu que estar dentro da vontade de Deus é o melhor lugar não importa se numa cidade ou em um lugar deserto onde só tem corvos e ás vezes escorpiões.
  O que era ser uma viúva naqueles dias? Quais as dificuldades que uma viúva tinha naqueles dias? As viúvas estavam entre as pessoas mais necessitadas da terra, mesmo que houvesse mantimento. Se a situação para as viúvas não era tão boa, a situação da cidade também não era das melhores mesmo quando não havia seca. Sarepta era uma cidade abastecida por outras cidades por não haver mantimento o suficiente para a população. Se a dificuldade na cidade era grande em tempos de fartura imagine nesse período de seca. Por isso não e de se estranhar a situação daquela viúva.
No entanto quando Deus nos envia, devemos tão somente obedecer.
  A viúva além de está entre as pessoas mais necessitadas de sua época estava vivendo num tempo difícil, um contexto de fome, crise social e confusão religiosa. Hoje não é tão diferente.
  Naquele momento para a viúva só lhe restava preparar uma última refeição para si e seu filho e, depois, aguardar a morte.
   Para Elias, ele estava prestes a aprender acerca do que Deus pode fazer com vasilhas vazias.
  Se naqueles dias estava sendo difícil para Israel e as nações circunvizinhas, para Israel as coisas ficariam piores. Deus havia escolhido aquela viúva para preparar o profeta Elias afim de que no tempo determinado viesse enfrentar um dos momentos mais difíceis da história de Israel - que seria o confronto com os profetas de Baal e do poste ídolo.
  Aquela viúva não tinha consciência disso, mas a partir daquele momento não aguardaria mais a morte, mas serviria de suporte ao ministério de Elias, apesar de sua frágil condição.

O que será que Deus viu nessa pobre viúva e gentia ao escolhê-la para servir de suporte ao ministério de Elias?

I - SENSIBILIDADE PARA OUVIR (A voz de Deus)

  A viúva de Sarepta tinha sensibilidade para ouvir a voz de Deus e isso contribuiu para que Deus a escolhesse.
   Essa é a primeira e grande lição que essa viúva sem nome passa para nós. Nós temos ao nosso dispor a Palavra de Deus e somos moradas do Espírito Santo o qual tem procurado nos ensinar, exortar, dar-nos proteção, dirigir a nossa vida, mas temos a tendência de querer fazer apenas o que queremos sem dar ouvido ao que o Espírito Santo tem-nos a dizer.   
  O certo é que muitos cristãos estão agindo como Balaão (Num. 22.21-35). Tem vivido uma vida de desobediência. E Deus por amá-los tem se utilizado de todos os meios possíveis e impossíveis para que o mesmo se concerte e ele não atende ao seu Senhor. Mas eis que para Balaão chegou o momento de Deus dá um basta á insistência dele. Primeiro Deus usou de misericórdia não matando através do anjo. Segundo preveniu de que a partir daquele momento só deveria transmitir a Palavra que Deus lhe ordenasse. Ao contrario da viúva de Sarepta que sem ter visto o profeta no seu coração já obedeceu ao mandado do Senhor, só não sabia quando e onde e nem á hora.

II - ERA UMA VIÚVA OBEDIENTE.

   No versículo nove somos informados de que aquela viúva recebeu uma ordem de Deus: "... ordenei a uma mulher viúva que ti dê comida". Essa ordem ocorreu antes mesmo da chegada do profeta, que coisa extraordinária.
   Ao falar sobre obediência, muito cristãos hoje em dia tem a idéia de que obedecer a Deus é sinônimo de vida mansa, sombra e água fresca. É certo que somos abençoados quando obedecemos a Deus, mas na proporção que obedecemos a sua palavra Deus é glorificado. Pois através das nossas ações o mundo vê Cristo em nós, e isso custa caro, pois para termos um procedimento dessa natureza temos que dizer não a esse sistema do mundo e aí sofremos perseguições, por isso o Senhor Jesus disse: "Nesse mundo tereis aflições, mas tende bom animo eu venci" quanto mais nos sujeitamos á palavra de Deus, mas somos perseguidos. Que proveito tem nisso? O certo é que a nossa morada não é aqui, somos estrangeiros, estamos apenas de passagem.
  A nação israelita depois de viver anos sob opressão egípcia, finalmente, estava marchando rumo á liberdade e á conquista da terra prometida. Eles deveriam seguir em frente, sem olhar para trás.
   O mesmo aconteceu conosco. Outrora éramos escravos do pecado, mas agora pertencemos ao Senhor. E nesta nova vida, em Cristo, todos nós enfrentamos lutas e provações (muitas delas das mais terríveis). Mas isso não deve nos assombrar, pois o Senhor nos advertiu de que passaríamos por aflições.
   O povo havia conseguido vencer uma batalha. Mas, no meio do caminho o povo deparou-se com outro obstáculo "o mar vermelho". Não havia para onde fugir, nem por onde escapar. No entanto o povo começa a murmurar pelo fato de já terem se acostumado com a vida de escravo, era muito mais cômodo está no Egito escravo de faraó do que ter que enfrentar aquela situação. O povo tinha, mas era que seguir em frente e não ficar parado (Êxodo 14.15). 
   Apesar da situação daqueles dias não serem das melhores, Deus estava no comando das circunstancias, porque Ele é soberano.
   Ouvir a voz do Soberano e obedecer fez com que aquela viúva desfrutasse da promessa de Deus segundo a palavra do profeta Elias. "Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do Senhor, por intermédio de Elias".

 III - ERA UMA VIÚVA DE FORÇA.

   Aprendemos que é exatamente nas escolhas de Deus que a sabedoria humana é desafiada, glória á Deus.
   O Senhor escolhe os loucos, os fracos, os de origem inferior (humildes) e os desprezados para mostrar ao mundo arrogante sua necessidade. O mundo perdido admira as origens, a posição social, o sucesso financeiro, o poder e o reconhecimento. Mas nenhuma dessas coisas é garantia da vida eterna. Quando as escolhas de Deus são feitas Ele mostra a fraqueza do sistema deste mundo mesmo com sua filosofia e religião, a fim de que ninguém se vanglorie na presença Dele. Foi por isso que o apostolo Paulo disse: "Poucos são sábios, segundo os padrões humanos, poucos são poderosos, poucos são de nobre nascimento. Mas Deus escolhe o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios; escolhe o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte; escolhe o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é para reduzir a nada aqueles que pensam que são" (I Co 1.26-29).
   Ela estava entre as pessoas mais necessitadas de sua época, era viúva, pobre e que vivia num contexto de fome;
   Por isso podemos dizer que: Ela vivia nas condições ideais para a manifestação do poder de Deus que "traz á existência as coisas que não existem" (Rm 4.17). Aquela viúva não tinha nada a não ser a certeza de morrer, mas disse: "Tão certo como vive o Senhor teu Deus" foi ás palavras proferida por aquela viúva ao dirigir-se ao profeta Elias que fez a diferença, que ela tirou forças (I Reis 17.12). Aquela viúva declarou que, apesar do seu estado civil e da sua condição pessoal e do contexto ao seu redor iria fazer confiado tão somente no Deus do profeta Elias. Esse foi o fator fundamental para que pudesse desfrutar da bondade de Deus (I Reis 17.15-16) e viesse a se tornar um instrumento nas mãos de Deus. O Senhor quando se aproximou de Gideão chamou de homem valente. Como que esse homem era valente? Estava tentando escapar dos Midianitas. Mas Deus ainda disse: "Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos Midianitas;" (Juízes 6.11-14).

IV - ERA UMA VIÚVA COM DISPOSIÇÃO PARA SERVIR.

   Ao meditar sobre o encontro do profeta Elias com a viúva, o diálogo que eles tiveram não vemos em nenhuma ocasião qualquer relutância por parte dessa viúva. Muito pelo contrario ela mostrou-se sempre pronta para servir, em troca de quê? O profeta não tinha nem onde cair morto. Era procurado como se procura um marginal foragido da justiça.
   E impressionante notar a disposição dessa viúva em querer servir. Primeiramente se dispôs a trazer água, num contexto de completa escassez - logo, aquela água faria muita falta a ela e a seu filho. Depois, aceitou a sugestão do profeta de lhe preparar o bolo e dá em primeiro lugar a ele, só depois ela se alimentaria juntamente com seu filho. A viúva foi e fez conforme o profeta de Deus lhe dissera.
   Ela buscou em primeiro lugar o reino de Deus.
  Ela procurou servi-lo sem esperar recompensa. Essa é a forma correta de servimos a Deus, pois Ele é infinitamente generoso, bondoso e sempre nos dará mais do que merecemos. Ao servirmos ao Senhor da maneira correta estamos fazendo um investimento, porque nem todos os dividendos serão recebidos nesta terra.
   Não sabemos ao certo quanto tempo essa viúva abrigou o profeta em sua casa. Sabemos que no terceiro ano da seca veio á ordem do Senhor para o profeta Elias apresentar-se a Acabe.
  Agora pense no que lhe custou abrigar esse profeta por tanto tempo tão perto do inimigo, e não era qualquer inimigo era o rei Acabe. Elias era procurado por toda parte vivo ou morto. O risco que essa viúva passava juntamente com o seu filho eram demasiadamente grandes, mas mesmo assim, dispôs-se a servir, com fidelidade e inteireza de coração sendo suporte para o ministério daquele profeta. Essa viúva foi de suma importância para o ministério de Elias. Ela estava fazendo para o Senhor, pois reconheceu que Elias era um homem de Deus.

CONCLUSÃO.

   Deus tem um propósito na vida de cada um de nós. Ele não se impressiona com nossa aparência, nossa posição social, nossas realizações, nossas origens ou nossa situação financeira. Não importa quem você é. Deus tem um propósito na vida de cada um. Alguns são colocados na linha de frente; outros na retaguarda. Alguns se destacam mais do que outros aos olhos humanos - contudo, todos são igualmente importantes e necessários dentro do propósito divino. O trabalho de um depende do outro. A harmonia está no todo. Não importa o que Deus lhe confiou a fazer, faça, seja sensível a voz de Deus, obedeça-o tire força das fraquezas e sirva-o com fidelidade, inteireza de coração, com humildade, buscando sempre a honra e a glória do Senhor. Esse procedimento é de quem e sábio e tem a visão do reino e vive por ela (II Co.4.18).